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Ser professor na terra de Anísio Teixeira

“Quem nasceu para ensinar, nunca deve parar de aprender” Paulo Freire / Jornada Pedagógica 2017 em Caetité

Por Mauri Oliveira

Na busca de inspiração para (de)escrevê-los, contemplei a frase de uma professora da Rede Pública de Ensino de Caetité que dizia: “a maior felicidade de um professor é quando reencontra um ex-aluno e sabe que ele se tornou um profissional de sucesso”. Essa frase me fez pensar sobre a arte de ser professor na terra de Anísio Teixeira, o grande idealizador da democratização do ensino brasileiro e das experiências vividas pelos alunos tendo como base a ressignificação do aprendizado e das mudanças significativas que marcaram o século XX. Àquela educadora, mesmo com tantos desafios intrínsecos à profissão, passou-me otimismo em relação ao futuro, apesar de vivermos em um contexto de mudança de época e desintegração de valores, expandindo-se para novas reconfigurações sociais, sobretudo na era da explosão de novas mídias e nossa incapacidade pelo nosso modelo de educação e formação moral para dominá-las de forma correta com a extensa liberdade que temos.

Ser professor na terra de Anísio Teixeira é acordar todas as manhãs com um sorriso no rosto e ir à escola com aquele sentimento que nos faz ser otimistas, o amor. Mesmo sendo conhecedor das limitações, e são tantas, não é verdade? O que relatava um docente semanas antes: “tomei a decisão de tornar professor para melhorar o cenário de ensino, o qual sou fruto com professores que devolvem aos estudantes a pobreza do contracheque numa aula débil e limitada. Vejo o que propunha o mestre Rubem Alves em criar alegria no pensar e que o objetivo da educação não seria ensinar coisas, porque as coisas já estão na internet e por todos os lugares, e sim ensinar a pensar. Se dos meus vinte e oito alunos, um sair da sala de aula com vontade de continuar em meio aos livros, com olhar crítico sobre a política, economia e meio ambiente com um maior discernimento amplo da sociedade eu já terei sobre meu travesseiro a mente tranquila de quem não está deixando a vida passar em branco. Estou exausto de culpar o sistema. Se é minha contribuição que posso dar, ela será entregue de maneira memorável”. Completa.

Ser professor na terra de Anísio Teixeira é muito mais que ensinar com princípios de didática, é renovar sempre seu aprendizado, desde o início do ano letivo com a jornada pedagógica, que compreende que o trajeto é muito mais complexo, o qual não exige apenas de seu desenvolvimento cognitivo, como também as habilidades socioemocionais permitindo que os alunos reconheçam suas próprias emoções e a maneira mais adequada de lidar com elas, possibilitando assim uma ação mais determinante com olhar mais empático no processo de aprendizagem de modo a denudar-se de ideologias geracionais ou sociais permitindo a autonomia do saber despertando nos educandos a curiosidade, provocar o pensamento plural, preparando-os para o futuro.

Enfim, ser professor na terra de Anísio Teixeira é aquele (a) que compartilha, supera, que vai e faz, enfrenta com paixão os riscos, planta, cultiva e nutre diariamente a semente de uma nação. Professores caetiteenses, que vocês possam diariamente sentir orgulho da exímia profissão, assim como a professora que inspirou essa coluna, além do mestre Anísio Teixeira que dizia: “estamos passando de uma civilização baseada em uma autoridade externa para uma baseada na autoridade interna de cada um de nós”, diz ele em seu livro Pequena Introdução à Filosofia da Educação. Que essa afirmativa seja para nós uma tenacidade de confiança mútua na relação professor e aluno na construção do conhecimento. Parabenizamos e agradecemos a todos os professores de Caetité por suas conquistas diárias.

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